
A carragenina é um aditivo alimentar derivado de algas marinhas, utilizado como estabilizante e gelificante em diversos produtos. Entretanto, o seu consumo pode gerar efeitos negativos na saúde, como inflamações e desregulação do metabolismo de glicose, podendo aumentar o risco de doenças como Alzheimer e diabetes. Neste artigo, veremos em detalhes os usos da carragenina nos alimentos, os seus efeitos negativos e possíveis alternativas mais saudáveis.
O que é a carragenina?
A carragenina é um composto químico obtido a partir de algas marinhas, usado como aditivo alimentar, em diversas indústrias. Devido às suas propriedades de estabilização e gelificação, é frequentemente adicionada a produtos alimentares como laticínios, gelados e embutidos para melhorar a textura e a consistência destes ingredientes. No entanto, o consumo de alimentos que contenham carragenina pode ter efeitos negativos na saúde.
Origem e propriedades
A carragenina é um polissacarídeo, um açúcar complexo extraído de algas marinhas vermelhas pertencentes às espécies Gigartinales, Hypneales, e Eucheumatiales. É uma mistura de polissacarídeos sulfatados que contêm sulfatos de éster e éter. Essas propriedades físicas e químicas permitem-lhe atuar como emulsificador, estabilizante e gelificante.
Uso como aditivo alimentar
A carragenina tem sido usada como aditivo alimentar desde a década de 1930, e é comum em indústrias de laticínios, carnes e alimentos processados. É classificada como aditivo alimentar E-407, segundo a denominação da União Europeia, e é considerada segura para consumo pelas agências reguladoras de alimentos em todo o mundo, incluindo a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos.
É um aditivo alimentar muito utilizado devido às suas qualidades emulsificadoras, estabilizantes e gelificantes. É adicionada a uma ampla variedade de alimentos, incluindo laticínios, gelados, molhos, embutidos, pudins, doces, alimentos para bebés e suplementos nutricionais. Também é frequentemente usada para melhorar a textura, a estabilidade e a uniformidade destes produtos.

Efeitos negativos da carragenina na saúde
A carragenina pode ter efeitos negativos no corpo humano quando consumida em quantidades significativas. Os efeitos adversos podem incluir inflamação e desregulação do metabolismo de glicose, o que pode aumentar o risco de doenças como Alzheimer e diabetes.
Inflamações e desregulação do metabolismo de glicose
Este aditivo pode desencadear uma resposta inflamatória no corpo, o que pode levar à desregulação do metabolismo de glicose. A inflamação crónica é um fator de risco para doenças crónicas, como doenças cardiovasculares e cancro. Além disso, a desregulação do metabolismo de glicose pode aumentar o risco de diabetes tipo 2 e outras condições relacionadas.
Relação com Alzheimer e diabetes
Há evidências de que o consumo de carragenina pode estar associado a um aumento do risco de doenças como Alzheimer e diabetes. A inflamação crónica causada pelo aditivo pode ter um efeito negativo sobre a função cognitiva e contribuir para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas. Além disso, o seu consumo também pode estar associado ao aumento da resistência à insulina, o que pode contribuir para o desenvolvimento de diabetes tipo 2.
Variações de opinião sobre a sua carcinogenicidade
Há opiniões divididas sobre se a carragenina é carcinogénica ou não. Embora alguns estudos sugiram que pode ser carcinogénica em animais, outros estudos não encontraram evidências conclusivas do seu potencial carcinogénico em humanos. A FDA considera-a como segura e aprovou o seu uso em alimentos. No entanto, algumas organizações, como o National Organic Standards Board, votaram pela sua retirada da lista aprovada em 2016 devido às preocupações sobre os seus possíveis efeitos negativos sobre a saúde.

Alternativas à carragenina em alimentos
A carragenina tem sido associada a diversos efeitos negativos na saúde. Embora a FDA aprove o seu uso, muitos especialistas em saúde concordam que é melhor evitar esse aditivo alimentar sempre que possível. Está presente em muitos alimentos, incluindo os produtos mais vendidos da Mercadona, Pingo Doce, Lidl, Continente e outros supermercados.
Agar-agar como opção mais segura
Uma alternativa mais segura à carragenina é o agar-agar, que também é obtido de algas marinhas, mas é menos propenso a causar inflamação. O agar-agar é frequentemente usado como um substituto da carragenina em receitas de sobremesas e outros alimentos que requerem um agente espessante ou gelificante. Além disso, o agar-agar é rico em fibras solúveis que podem melhorar a digestão e promover a saciedade.
Embora a carragenina e o agar-agar sejam ambos produtos de algas marinhas, eles diferem nas suas propriedades físicas e químicas. É composta principalmente de sulfatos de polissacarídeos, o que lhe confere propriedades espessantes e gelificantes. Por outro lado, o agar-agar é um polímero de galactose, com propriedades aglutinantes e gelificantes semelhantes à da carragenina.
Produtos que contêm agar-agar como alternativa
Existem muitos produtos disponíveis que contêm agar-agar como um substituto seguro e mais saudável da carragenina. Estes incluem leites vegetais, sobremesas e produtos veganos de carne. É importante verificar os rótulos dos produtos para garantir que eles não contenham carragenina e, em vez disso, sejam feitos com agar-agar.
Conclusões
Em resumo, a carragenina, embora seja amplamente utilizada como aditivo alimentar pelas suas propriedades estabilizantes e gelificantes, pode ter efeitos prejudiciais para a saúde, incluindo inflamações e perturbação do metabolismo da glicose, podendo aumentar o risco de doenças como Alzheimer e diabetes. Embora existam divergências sobre a sua possível carcinogenicidade, muitos especialistas em saúde aconselham a evitar o seu consumo sempre que possível. Uma alternativa mais segura é o agar-agar, um produto derivado de algas marinhas que pode ser utilizado como substituto da carragenina em diversos alimentos, oferecendo uma opção mais saudável para aqueles que procuram manter uma alimentação equilibrada e nutritiva.